Touradas à corda

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Entre Maio e Outubro, na ilha Terceira, realizam-se inúmeras touradas à corda, uma tradição que movimenta milhares de pessoas e tem um impacto significativo na economia local.


Imagem daqui

" As touradas à corda decorrem na rua, sendo o perímetro delineado com riscos brancos no chão, que indicam até onde o touro pode ir, acomodando-se os espetadores em muros e varandas devidamente tapados com proteções de madeira para impedir as investidas do animal.
(...) a festa arranca logo de manhã com a escolha dos touros no campo, onde são realizados almoços ao ar livre, muitas vezes acompanhados por música e brincadeiras com bezerras nos `tentaderos` dos ganadeiros.
Algumas horas antes da tourada, os quatro touros escolhidos são colocados em gaiolas de madeira, sendo o transporte para o local da corrida seguido por uma caranava de carros enfeitados com hortênsias, uma planta abundante no interior da ilha. 



Imagem daqui

Às 18:30 é lançado o foguete que anuncia o início da tourada, altura em que o animal sai da gaiola, depois de lhe ter sido amarrada uma corda ao pescoço e de lhe serem colocadas bolas nas pontas dos chifres.
Para que o touro não ultrapasse as linhas que delimitam o arraial da festa, a corda, que tem entre 90 a 100 metros de comprimento, é agarrada por `pastores`, normalmente entre sete a dez, divididos em dois grupos.
Figura importante são os `capinhas`, que `atiram um passo` ao touro, provocando a investida do animal com guarda-chuvas abertos e camisolas, que substituem as capas utilizadas nas praças de touros. 




Imagem daqui

Qualquer um se pode arriscar a `brincar` com o touro, fazendo-o apenas por gosto, uma vez que não existem `capinhas` pagos, da mesma forma que ninguém paga bilhete para assistir ao espetáculo.
Tradicionalmente, as mulheres ficam nas varandas, enquanto os homens passeiam pelo arraial, fugindo ou trepando muros, portões e postes de eletricidade quando o touro se aproxima, sendo os mais destemidos aqueles que não se afastam muito do animal.
O touro não pode estar na rua menos de 15 minutos, nem mais de meia-hora, e o recolher à gaiola é marcado novamente por um foguete.
Nos intervalos entre cada touro, a população aproveita para petiscar nas tascas ambulantes instaladas no local ou nas mesas fartas disponibilizadas por quem mora na zona do arraial. 

No final, a festa prolonga-se nos `comes e bebes`, por vezes acompanhados com música, a que os terceirenses chamam o `quinto touro`."
(texto retirado daqui)



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Igreja da Misericórdia

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Igreja da Misericórdia - Angra do Heroísmo - Ilha Terceira - Açores



Angra do Heroismo Açores


A Igreja da Misericórdia está implantada no local onde foi fundado, em 1492, o primeiro hospital da ilha e do arquipélago, com denominação do Santo Espírito, por João Vaz Corte Real, capitão donatário de Angra; nesta altura ou posteriormente construiu-se também uma capela com a mesma invocação. Em 1495, inicia-se a construção da primitiva igreja da misericórdia, no local da antiga capela do Espírito Santo.

O actual templo data do século XVIII, tendo a sua pedra fundamental sido lançada em 1728, mas as obras prolongaram-se por quase duas décadas. 


Igreja da Misericordia Angra do Heroismo
De arquitetura religiosa, setecentista, apresenta planta rectangular com duas torres ladeando a fachada, cada uma delas encimada por um zimbório de pedra.
Acima do pórtico, que  foi considerado "acanhado e desproporcionado com a grandeza do templo", inscrevem-se as Armas Reais, encimadas por um nicho a meio do frontão (actualmente sem imagem), por um relógio e, em remate, uma pequena sineira que suporta uma cruz de ferro. O frontão é ladeado por duas pequenas torres sineiras quadrangulares, culminando cada uma num pequeno zimbório de pedra.
O seu interior é de uma só nave, possuindo, ao fundo uma espaçosa capela-mor (onde se encontra unicamente o Sacramento), seis capelas laterais, sobre as quais corre uma galeria com varandas sobre o interior do templo.

O templo pertence actualmente à Santa Casa de Misericórdia de Angra do Heroísmo. 

Foi gravemente danificada pelo sismo de 1980, mas hoje encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo. 
Recomendamos: SIPA

Angra-do-Heroismo
 

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Igreja do Colégio da Companhia de Jesus

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Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Angra do Heroismo
Igreja dos Jesuitas


A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, ou de Santo Inácio de Loyola,  popularmente conhecida como Igreja do Colégio ou Igreja dos Jesuítas, foi erguida pelos religiosos da Companhia de Jesus sob a invocação de Santo Inácio de Loyola, tendo sido inaugurada ao culto religioso em 1652 e tinha por destino servir o Colégio da Companhia de Jesus em Angra.

Após a expulsão dos jesuítas,  ficou abandonada até que no âmbito da requalificação das instalações do antigo Colégio a paço, foi cedida à Ordem Terceira do Carmo.

Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo.










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Ermida da Boa Nova

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A denominação de Capela ou Ermida da Boa Nova está ligada à rendição espanhola, no contexto da Guerra da Restauração Portuguesa, pois foi dali que, a 24 de Agosto de 1642, saiu a "boa nova" que se espalhou por toda a ilha. Segundo o historiador Dr. Alfredo da Silva Sampaio, foi daquele local que o povo, que rodeava a ermida, viu a bandeira branca içada no mastro da fortaleza, soltando-se então de imediato o grito de boa nova, expressão que passou a denominar o local e a ermida.  

A data provável da construção da capela ou Ermida de Nossa Senhora do Terço é 1584, anterior  à construção do hospital real ou militar, que lhe está adjacente, e que terá sido construído em 1615, durante o reinado de D. Filipe II,  para atendimento da guarnição castelhana na ilha, nomeadamente da guarnição da Fortaleza de São João Baptista.
Em 1641, realiza-se aqui a conferência de paz  entre os terceirenses e os castelhanos, a fim de que estes entregassem o castelo, o que acabaria por acontecer. 

Em 1654, aqui esteve e pregou o padre António Vieira.

Por várias vezes profanada e consagrada, aqui funcionou uma confraria,  a primeira tipografia dos Açores, deram-se aulas de Filosofia e Retórica durante o período da Regência, serviu de arrecadação militar até que  por fim foi classificada Imóvel de Interesse Público por inclusão na Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo.

Por fim, este ano foi finalmente assinado o contrato de empreitada de remodelação e ampliação do antigo Hospital da Boa Nova, em Angra do Heroísmo, com vista à instalação do Núcleo Museológico de História Militar Baptista de Lima, do Museu de Angra do Heroísmo.

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Hospital da Boa Nova

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O Hospital da Boa Nova foi mandado edificar pelos espanhóis, por volta de 1615, para que cumprisse a função de apoiar e tratar os militares aquartelados no Castelo de São Filipe.

Sendo considerado como um dos mais antigos hospitais militares do mundo e provavelmente o primeiro em Portugal, terá sido construído posteriormente à Ermida da Boa Nova, que lhe é adjacente.

Sendo porventura o primeiro Hospital Militar a ser construído de raiz em território português é considerado como um exemplo e modelo arquitectónico, assistencial e administrativo, que se repercutiu pelo vasto território além-mar e que muito contribuiu para a estratégia de expansão portuguesa e do intercâmbio teórico/científico entre Europa Ocidental e as culturas locais onde se edificaram outros imóveis com o mesmo fim.

O Hospital da Boa Nova, está a ser remodelado e ampliado com vista à instalação do Núcleo Museológico de História Militar Baptista de Lima, do Museu de Angra do Heroísmo.



Fontes: SIPA

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Vulcão do Pico Alto

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O Vulcão do Pico Alto ocupa grande parte da zona centro da ilha Terceira, situando-se a norte do Vulcão Guilherme Moniz, e corresponde a um vulcão poligenético com caldeira, quase totalmente preenchida por numerosos domos e coulées traquíticos.

Após um período de intensa actividade explosiva que conduziu à formação de uma caldeira de colapso, à menos de 140.000 anos B.P., a actividade eruptiva de natureza traquítica (s.l.), exibida pelo Vulcão do Pico Alto tem alternado entre efusiva e explosiva. Em resultado, foram produzidos numerosos domos e coulées, a que se encontram associados escoadas piroclásticas e surges, cujo desenvolvimento se tem efectuado preferencialmente para N e NE. Apesar de não se ter verificado nenhuma erupção histórica neste vulcão a actividade eruptiva é bastante recente tendo ocorrido as últimas erupções há cerca de 1.000 anos B.P. ou menos.

Presentemente, as manifestações secundárias mais relevantes localizam-se no flanco sudoeste do aparelho, no campo fumarólico das Furnas do Enxofre.


Texto retirado de: CVARG



Vulcão do Pico Alto - ao fundo
Vulcão do Pico Alto - ao fundo

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Vulcão de Santa Bárbara

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Parte de uma das caldeiras do Vulcão de Santa Bárbara


O Vulcão de Santa Bárbara (que tipifica o contorno elipsoidal da ilha Terceira, a noroeste) é o mais geodiversificado de todos os grandes vulcões terceirenses.
Iniciou-se (há 1 milhão de anos?) ao longo de episódios submarinos que depois geraram produtos terrestres, essencialmente basálticos, característicos de um vulcão em escudo. Porém ao longo dos milénios, Santa Bárbara evoluiu para um vulcanismo mais ácido expressando-se sob a forma de domos e de espessas escoadas traquíticas, episódios plinianos e subplinianos de pedra-pomes e de algumas pequenas massas de ignimbritos. Durante uma importante fase de intensa actividade terá formado duas caldeiras aproximadamente concêntricas. O fenómeno de colapso que levou à génese da primeira caldeira terá ocorrido  num período entre os 30.000 anos B.P. e os 25.000 anos B.P., enquanto que a formação da  última caldeira terá ocorrido à menos de 10.000 anos B.P.. Posteriormente, no interior da segunda caldeira terão ocorrido diversas erupções, como atestam a presença de domos e espessas coulées.
Nos flancos do Vulcão de Santa Bárbara destacam-se diversos cones de escórias e extrusões de lavas traquíticas.
As escoadas e as projecções de obsidianas são, porém, dos materiais vulcânicos mais espectaculares do arquipélago, inserindo, assim, o Vulcão de Santa Bárbara no conjunto de paisagens vulcânicas de maior interesse geoturístico e cultural insular.
Na vertente sul do Vulcão de Santa Bárbara encontram-se identificadas diversas áreas geotérmicas e no sector Serreta-Raminho existem águas mineromedicinais de valor terapêutico. A sismicidade, as erupções submarinas de 1867 e de 1998 e a frescura dos acidentes tectónicos (falhas, estruturas associadas e caldeiras) adicionadas aos factores anteriormente referidos permitem inserir Santa Bárbara na série de vulcões potencialmente activos dos Açores
Faz parte da  Reserva Natural da Serra de Santa Bárbara e dos Mistérios Negros incluída no Parque Natural da Terceira.

Serra de Sta.Bárbara vista de Angra do Heroísmo


Referências:

2- SIARAM

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Serra de Santa Bárbara e dos Mistérios Negros

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A Reserva Natural da Serra de Santa Bárbara e dos Mistérios Negros incluída no Parque Natural da Terceira é uma enorme mancha de vegetação natural dos Açores, apresentando grande diversidade de espécies, habitats e ecossistemas protegidos.
Aqui podemos encontrar matos pioneiros de cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) e rapa (Calluna vulgaris), prados naturais, turfeiras florestadas de cedro-do-mato e turfeiras de esfagno (Sphagnum sp.), floresta laurifólia, etc.
É constituída pelo interior e pelas faldas da dupla caldeira do vulcão da serra de Santa Bárbara e pelos domos traquíticos dos Mistérios Negros, um dos centros da erupção de Abril de 1761. Integra a Zona Especial de Conservação (ZEC) da Serra de Santa Bárbara e Pico Alto no âmbito da Rede Natura 2000.
O interior da Caldeira de Santa Bárbara constitui uma reserva integral (categoria da IUCN Ia), pelo que o acesso a esta zona é condicionado.





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Vinhas dos Biscoitos

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As Vinhas dos Biscoitos estão classificadas como Área de Paisagem Protegida incluída no Parque Natural da Terceira.
Constitui uma área costeira de biscoito, com terrenos compartimentados por curraletas, pequenas parcelas delimitadas por muretes de pedra seca, para produção de vinho, que constituem uma arquitectura rural edificada desde o povoamento da ilha e que tem resistido a todas as intempéries que têm assolado a principal zona vitícola da Terceira.
É notória a coexistência dos valores paisagísticos e culturais com os ecossistemas e habitats naturais, numa paisagem humanizada tradicional de elevado valor estético e produtivo.
 
 
 


Na Ilha Terceira  a introdução da vinha presume-se que terá acontecido com a chegada do primeiro capitão do Donatário Jácome de Bruges e comitiva, tendo sido introduzidas as castas  Verdelho, Moscatel Mourisco e Assara(espécie de Moscatel?).
A primeira alusão à vinha dos Biscoitos é uma "carta datada de 15 de Dezembro de 1503, outorgada por Antão Martins, Capitão da Praia, em benefício do almoxarife da mesma capitania, João Ornelas da Câmara, estabelecia, como uma das obrigações, o plantio, em certo "biscoitos" de 300 bacelos, 60 amoreiras, 30 figueiras, e outros tantos marmeleiros, destinando-se o espaço restante a pastagens para o gado bovino, ovino, porcino e cavalar".

O vinho dos Biscoitos foi o vinho das Caravelas da rota das Índias e das Especiarias. Entre os produtos essenciais ao abastecimento das armadas figurava o vinho"Verdelho".
Nos Biscoitos o vinho de qualidade é o de Verdelho que pode ser de mesa, regional ou licoroso (IPR).
Actualmente, a nível da Região Autónoma dos Açores, o vinho de Verdelho dos Biscoitos licoroso tem um lugar privilegiado, a tal ponto que muitas recepções oficiais incluem um "Biscoitos de Honra". Também tem tido assento nalguns acontecimentos solenes a nível Nacional.

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Costa das Quatro Ribeiras

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Além de ser uma Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies incluída no Parque Natural da Terceira,está classificada como Zona Especial de Conservação (ZEC), constituindo também uma área importante para as aves (IBA). 
São 57,43 ha de zona costeira com grande complexidade geomorfológica com campos de lavas costeiras antigos, vales de ribeiras, baías de fundos rochosos com formações basálticas de interesse e grutas semi-submersas.
Aqui podem-se encontrar endemismos como a Spergularia azorica, a urze ou vassoura (Erica azorica), a não-me-esqueças (Myosotis maritima) e a vidália (Azorina vidalii).
Quanto à avifauna, podem-se observar o cagarro (Calonectris diomedea borealis) e o garajau-comum (Sterna hirundo). Ocasionalmente podem avistar-se espécies como a garça-real (Ardea cinerea), o pilrito-das-praias (Calidris alba) e o borrelho-de-coleira-interrompida (Charandrius alexandrinus). 
É uma zona frequentada por pequenos cetáceos, destacando-se a toninha-brava (Tursiops truncatus) e tartarugas, como a tartaruga-boba (Caretta caretta).













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Garajau-comum

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Sterna hirundo (Linnaeus, 1758)
 Nome comum: Garajau-comum, andorinha do mar

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Actinopterygii
  • Ordem: Perciformes
  • Família: Labridae
  • Género: Sterna
  • Endémica dos Açores: Não
  • Responsável: Prof. Regina Cunha (Professora Auxiliar)
  • Estado de Conservação: Nativo


O Garajau-comum distribui-se por todas as ilhas dos Açores onde possui mais de 40 diferentes colónias de reprodução que podem atingir centenas de casais em alguns ilhéus. A população dos Açores estima-se em cerca de 3000 casais reprodutores, mas representa apenas cerca de 4% da população Europeia. Tal como o Garajau-rosado, esta espécie também inverna nos dois lados do Atlântico, tanto na costa ocidental do continente africano, como na costa oeste da América do Sul. Para além do Brasil, o Garajau-comum também foi recapturado ainda mais a sul, na Argentina.(texto retirado daqui)

A sua nidificação ocorre em colónias situadas em praias de areia ou calhau e em escarpas. Nos Açores nidificam preferencialmente em ilhéus.
O período reprodutor decorre entre Abril e Julho e a postura é constituída por 2 a 3 ovos e feita directamente no chão em colónias muito densas, podendo atingir 2 ninhos/m2.

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Momentos #1

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Fim de dia no Negrito

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Bye Bye... GORDON

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Imagem onde se pode ver o percurso anómalo do Gordon, desde a sua formação na zona do Mali até hoje, já em fase de dissipação.


Progressão do Furacão Gordon em direcção aos Açores
Imagem da NASA



A passagem do furacão Gordon pelos Açores apenas originou 18 ocorrências sem gravidade em S. Miguel e Santa Maria.

Poucas horas depois da passagem do furacão o sol voltou a brilhar!

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Algar do Carvão

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Classificado como Monumento Natural Regional dadas as suas peculiaridades vulcanológicas, e importância em termos ambientais, o Algar do Carvão é a cavidade vulcânica mais conhecida dos Açores, e o único vulcão em todo o Mundo cujo interior é visitável! 


Trata-se de uma chaminé vulcânica que não se encontra completamente obstruída:
 a sua  cratera, ou seja a "boca" do algar com dimensões de 17 x 27 metros,  dá passagem a uma conduta vertical com cerca de 45 m de desnível, seguida de uma rampa, constituída por um depósito de gravidade, e de um novo desnível na vertical que termina numa lagoa a cerca de 80 metros de profundidade relativamente à boca do algar.




A Origem


O Algar do Carvão teve a sua origem num processo muito raro a nível mundial e único nos Açores:

Neste local, existia  um espesso manto de natureza traquítica (rico em silica, Si +/- 60%) resultante da actividade do vizinho vulcão do Pico Alto.
Mais tarde, há cerca de 3000 anos BP, iniciar-se-ia uma  erupção vulcânica de natureza basáltica que daria origem a um vulcão estromboliano. 
Numa primeira fase, a lava basáltica numa tentativa falhada de  romper esse espesso manto traquítico, formou a zona da lagoa e as duas abóbadas que se encontram sobre a mesma. Posteriormente, numa nova tentativa, conseguiu romper mais ao lado a actual chaminé, emitiu escoadas lávicas basálticas muito fluídas que cobriram uma grande área em seu redor incluindo o fundo da Caldeira do Vulcão Guilherme Moniz, e formou um cone de material piroclástico, o Pico do Carvão. 
Os derrames de lava muito efusiva, produziram rios de lava ácida muito fluidas que carbonizaram vegetação existente. A datação de um dos fósseis então formados, dá para o Algar do Carvão uma idade de 2148 ( + ou - 115 anos). 
Na fase final da actividade eruptiva, o magma retrocedeu rapidamente para o interior das condutas mais profundas e da câmara magmática, deixando um vazio por baixo do manto traquítico, ou seja o algar propriamente dito.


Interesse geológico 




No interior do algar, além das já referidas abóbadas representativas das tentativas de saída da lava basáltica, podem-se ainda observar restos da "capa" basáltica que revestiu as paredes  e que entretanto, por acção de fenómenos sísmicos e da gravidade foi desabando, deixando exposta a camada traquítica.  





Noutros pontos, a parede é revestida por um material vítreo, negro e liso, característico da obsidiana, que se apresenta  sob a forma de escorrimento lateral ou formando lâminas pendentes,  e que representa o recuo da lava. 




Outra característica única deste algar é a existência de estalactites e algumas estalagmites de sílica amorfa, de cor branca leitosa e veios férricos avermelhados produzindo alguns, por oxidação, depósitos de limonite.
Estas formações revestem uma parte importante dos tectos e das paredes, e têm origem na dissolução dos minerais férricos e de silica na água que se infiltra e escorre para o interior da cavidade. 


 
 
Esta enorme diversidade mineralógica confere ao algar uma variedade de cores e tons impressionante.






Fauna e Flora

 


A área envolvente do Pico do Carvão apresenta uma vegetação natural do tipo floresta húmida macaronésica e zonas de turfeiras. 





No primeiro troço da chaminé, mantém-se este tipo de vegetação com espécies arborescentes como o Azevinho (Ilex perado), a Urze (Erica azorica), o Loureiro (Laurus azorica)  e a Uva-do-mato (Vaccinium cylindraceum), alguns fetos como o Blechnum spicant, Polypodium macaronesicum, Culcita macrocarpa e Elaphoglossum hirtum e diversos briófitos. 



Segue-se outra zona um estrato herbáceo típico da floresta húmida açoriana, com Lysimachia azorica, Hedera helix, várias Carex, Leontodon rigens, Luzula purpureo-splendens e Prunella vulgaris. Novamente diversas espécies de musgos e hepáticas estão presentes. 

 


Numa zona inferior temos apenas os fetos e alguns briófitos.

A biodiversidade vai baixando consideravelmente, e por último, na penumbra, restam apenas as algas e os bolores.
No total, o povoamento vegetal inclui 34 espécies diferentes de hepáticas, 22 de musgos e 27 de plantas vasculares (12 das quais são fetos).





Do ponto de vista da fauna, esta cavidade vulcânica alberga uma importante variedade de animais troglóbios, especializados à vida nas cavernas:
o escaravelho Trechus terceiranus , endémico da ilha Terceira;
a centopeia Lithobius obscurus azorae , endémica dos Açores
e variadas espécies de aranhas, também endémicas como:

Pode-se encontrar também uma fauna de insectos que, embora não troglóbia, prefere este tipo de habitat como é o caso do escaravelho Catops coracinus e o Mil-Pés ou Bicho carta (Blaniulus guttulatus). 
É possível observar nesta área classificada a avifauna típica dos Açores, como é o caso do pardal (Passer domesticus), do melro-preto (Turdus merula azorensis) e do tentilhão (Fringilla coelebs). 
 




Referências:


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