Angra do Heroísmo - Cidade Património da Humanidade - A reconstrução

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Angra do Heroísmo 


A reconstrução 


450 anos após a sua fundação, as marcas da história continuavam visíveis em  Angra do Heroísmo: no desenho renascentista das suas ruas, bem como nos seus edifícios com uma traça muito própria, de cantarias lisas ou emolduradas, sacadas de madeira com rótulas e aventais nas janelas de peito. Mas após o sismo de 1980, e perante a enorme destruição dos monumentos e das habitações, houve quem sugerisse que simplesmente se arrasasse a cidade e se construísse uma nova noutro local, ou quando muito, que se mantivessem as fachadas e se fizessem casas novas por detrás das antigas.




 A Reconstrução





Horas depois do sismo já as máquinas das obras públicas trabalhavam nas ruas,tentando desimpedir os acessos e removendo escombros.








A prioridade eram as pessoas, o seu realojamento,a limpeza das ruas, a reconstrução das casas. 







Três dias depois, foi formalmente constituído o Gabinete de Apoio à Reconstrução, liderado pelo Eng. Correia da Cunha, para apoiar na reconstrução de edifícios de carácter comum. 



A sua filosofia era dar apoio à  população na reconstrução das suas habitações, fornecendo materiais e orientação técnica, mas delegando nos proprietários a responsabilidade da mesma, o que veio a ser considerado um exemplo na tarefa de reconstrução de catástrofes.









A Direcção Regional dos Assuntos Culturais  ficou encarregue da reconstrução de igrejas, palácios, solares, fortificações e edifícios seculares, exemplos de arquitectura religiosa, militar e civil que transformavam Angra numa cidade única. 






Reedificar a cidade, e preservar  o seu passado, era  um desafio enorme e uma obsessão para os conhecedores da sua História, mas a generalidade da população não tinha grande sensibilidade para a preservação do património.



 




Homens empenhados  levaram a peito a missão de resgatar, catalogar, escorar ou armazenar pedaços de azulejos, talhas douradas, brasões, telas, até  pedaços de alvenaria. "Chamavam-lhes «loucos», e muitas vezes o trabalho era feito contra a própria vontade dos proprietários, com quem chegava a haver discussões aos gritos" diz Joel Neto em A Cidade dos Heróis.

 


Foi criada legislação especial, prevendo financiamentos a fundo perdido para os proprietários de  casas classificadas, associações culturais e desportivas, impérios do Espírito Santo, igrejas da Diocese, capelas e ermidas privadas.




Lentamente, viu-se de novo a cidade a renascer,  as igrejas da Sé, da Misericórdia, da Conceição..., o edifício dos Paços do Concelho, o obelisco a D. Pedro IV, os magníficos solares,  conventos como o de S. Gonçalo, capelas e impérios, os fortes e até um hospital militar de valor histórico incalculável.







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