A Aviação nos Açores - Entre Duas Guerras

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Entre Duas Guerras



O Arquipélago dos Açores sempre foi considerado estratégico do ponto de vista militar  pela sua localização geográfica.


Em 1916, durante a Primeira Grande Guerra, o Império Alemão bombardeia a cidade da Horta, na ilha do Faial.


No ano seguinte foi a vez de Ponta Delgada ser atacada por um submarino alemão U-155.


Chegada da 1ª Companhia Aeronáutica
 a Ponta Delgada 

Em 1918, os Estados Unidos, que já haviam ingressado no conflito, instalam em Ponta Delgada uma base aero-naval que se mantém em operações até Setembro do ano seguinte.






Também a Marinha Portuguesa projecta instalar um Centro Aero-Naval na Horta  que nunca se chega a concretizar, assim como os Ingleses, mais propriamente a RAF, projectam a instalação de uma base terrestre que serviria de apoio às operações aéreas no Atlântico.

No fim da Primeira Guerra Mundial, e com o acentuado progresso que a aviação atingira, inicia-se uma tremenda corrida pela travessia aérea do Atlântico-Norte. França, Alemanha, Itália, Inglaterra e Estados Unidos desenvolvem as suas industrias aeronáuticas de modo a utilizar o avião também como meio de transporte. Os Açores tornam-se assim num ponto estratégico para o apoio dos aviões que saem da Europa ou que para ela se dirigem.

O jornal londrino "Daily Mail", promove um concurso com um prémio de dez mil libras esterlinas ao aviador que conseguisse fazer o primeiro voo sem escalas, em menos de 72 horas, entre os Estados Unidos, Canadá, ou Terra Nova e as Ilhas Britânicas.

O "Liberty" em Lisboa
NC4 "Liberty"
Assim, em 1919 uma esquadrilha de três hidroaviões quadrimotor da Marinha dos Estados Unidos intenta a primeira travessia do Atlântico Norte, por etapas.  No entanto, apenas uma aeronave, a NC4 "Liberty", consegue completar o percurso, fazendo escalas na baía da Horta, Ponta Delgada e por fim seguindo para Lisboa onde fundeia nas águas do rio Tejo a 27  de Maio.


A partir daí, as travessias transatlânticas sucedem-se com cada vez mais frequência e os Açores, principalmente a  baía da Horta torna-se um local de paragem obrigatório para reabastecimento e/ou reparações. Técnicos sugerem a construção de uma base de apoio nas ilhas.

Em 1926 tem lugar a primeira ligação aérea nacional Lisboa-Açores, mais propriamente Lisboa-Ponta Delgada, tendo sido realizada por um hidroavião oferecido à Aviação Portuguesa por Açorianos residentes na América do Norte, um Fokker baptizado como "Infante de Sagres".

Em 1929,  várias vozes defendem a construção de uma pista na ilha Terceira e em Agosto desse ano a Comissão Administrativa da Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo delibera o dispêndio de 50 contos para a aquisição de um terreno situado nas pastagens a nascente do lugar de Burraténs. A pista, com 600 metros de comprimento por 70 de largura, surge lentamente, paralela à estrada nacional, construída por trabalhadores da Junta Geral, por muitos assalariados e por praças do Regimento de Infantaria 22, cedidos pelo Governador Militar dos Açores.

Açor
Inauguração do Campo de Aviação
da Achada - Ilha Terceira
O Campo de Aviação da Achada, na Ilha Terceira é solenemente inaugurado a 4 de Outubro de 1930, com a população a assistir com entusiasmo à primeira descolagem de um avião em solo terceirense - o  Avro,  um biplano monomotor  de nome "Açor". 




Poucos anos depois, o Campo da Achada quer pelas suas reduzidas dimensões quer pelos nevoeiros intensos que frequentemente cobrem a região é considerado obsoleto e só voltará a ter utilidade em 1941.

Zeppelin sobre
Angra do Heroísmo


Na década de 30, os dirigíveis alemães usados durante a Grande Guerra como transporte mas também como bombardeiros e para observação, começam a ser muito utilizados para travessias transatlânticas no transporte de passageiros.


Assim, vários "Zeppelins" que fazem a ligação entre a Alemanha e os Estados Unidos, sobrevoam o arquipélago.






Em 1934, o Serviço de Engenharia Militar inicia a construção de uma pista de terra compactada na planície das Lajes, ilha Terceira.



Clippers no Porto da Horta

Na baía da Horta, a Pan American World Airways (PanAm) instala uma base de apoio para uma rota comercial transatlântica, que entre 1937 e 1944, serve os Boeing 314 Clipper que fazem viagens entre Nova Iorque -Marselha e Nova Iorque- Londres, com escala em Lisboa.




A partir daí e até à década de 40, várias companhias aéreas passam a utilizar as águas do canal entre as ilhas do Pico e Faial como ponto de apoio para as suas rotas.




Fontes : 
Força Aérea Portuguesa
Ultimas Curiosidades
História da Aviação
Velharias com História
Restos de Colecção

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